O regime de Nicolás Maduro anunciou que a próxima eleição parlamentar será em dezembro. A oposição já informou que vai boicotar essa votação e que considera ela uma “farsa”.
“Debatemos e construímos de forma unanime as normas para a eleição parlamentar de dezembro”, afirmou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Indira Alfonzo. O órgão não é independente, sendo controlado pela ditadura. Também foi anunciado o aumento do número de membros das Assembleia Nacional, de 167 para 277.
Os partidos de oposição não reconhecem a designação dos membros do CNE que foi feito pelo Tribunal Supremo de Justiça, sendo que a constituição afirma que essa é uma responsabilidade da Assembleia Nacional. O legislativo venezuelano possui maioria oposicionista e é presidido por Juan Guaidó.
“Não vamos participar desta farsa”, afirmou Guaidó, conforme informou o jornal venezuelano El Nacional. A oposição também não participou da eleição presidencial de maio de 2018, que reelegeu Maduro e que, como resultado, não foi reconhecida por grande parte da comunidade internacional.
Maduro celebra
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, celebrou a decisão do CNE e disse que o seu partido, Psuv, já está trabalhando para a eleição de dezembro. “Estamos nos preparando para que nasça uma nova Assembleia Nacional”, afirmou Maduro em um pronunciamento que foi transmitido pela televisão estatal.
A ditadura está utilizando inegavelmente todo o seu poder para destruir a oposição encabeçada por Juan Guaidó. O movimento está sendo comandado pelo presidente da Assembleia Constituinte, o chavista Diosdado Cabello.
Com a oposição sendo marginalizada, a ditadura está com o caminho inegavelmente livre para reconquistar o controle da Assembleia Nacional. Em dezembro de 2015, a oposição venezuelana conseguiu a maioria do parlamento venezuelano após 15 anos de hegemonia de partidos chavistas. A forças de oposição conseguiram vencer 112 das 167 cadeiras da Assembleia nacional da Venezuela.