As aulas nas redes públicas estadual e municipal têm início de forma remota nesta quinta-feira (18), dentro do projeto chamado Aula em Casa. Para tentar diminuir a dificuldade dos alunos que não possuem acesso à internet em acompanhar as aulas, o secretário de Educação do Amazonas, Luís Fabian Barbosa, explicou ao G1 que serão utilizadas outras estratégias em alguns municípios do interior, entre elas o uso de cadernos impressos e podcasts em rádios.
“Nos municípios em que há maior dificuldade de conectividade, a gente vai disponibilizar esses cadernos impressos que têm todo o acompanhamento das aulas, com exercícios de fixação, explicações mais detalhadas, links para atividades”, explicou Barbosa. “Para esses municípios, estamos gravando podcasts que vão ser veiculados nas rádios locais. Esse é um diferencial que a gente traz para o ano de 2021. Estação de rádio tem em todos os municípios, vamos utilizar a tecnologia do podcast para poder veicular nas rádios locais as aulas dos alunos”.
Tanto os podcasts quanto as aulas exibidas pela TV aberta e canais do youtube serão gravadas em um centro de mídias. Segundo Barbosa, dentro de um universo de 26 mil servidores, somente cerca de 100 professores especializados em educação a distância produzirão esse conteúdo.
“Esses 100 serão os ministrantes das aulas e cada professor vai fazer o acompanhamento com seus alunos por meio de grupos de whatsapp, ligações, e-mail. O professor deve manter, semanalmente, contato com os alunos por meio dos equipamentos disponíveis, para que faça um acompanhamento com seu aluno, se ele assistiu, se ele realizou as atividades, se está com dúvidas. Porque com base nesse acompanhamento feito pelo professor, nós vamos conseguir medir o índice de acompanhamento e frequência dos alunos”, afirmou.
Por sua vez, na manhã desta quinta, professores da rede pública se reuniram em um protesto para cobrar equipamentos e condições para início das aulas de maneira remota no Amazonas. Segundo a categoria, os professores não receberam computadores, internet e treinamento para retorno das aulas via internet.
O Secretário ainda garantiu que todas as aulas serão inéditas, com conteúdos gravados e outros ao vivo, e a interação com os alunos será por meio de um plantão de dúvidas. Ainda segundo o secretário, a partir da próxima semana, os professores estarão disponíveis pelo aplicativo.
No futuro, quando houver o retorno presencial das aulas, o secretário justifica que será feita uma avaliação diagnóstica, para identificar quais as lacunas de aprendizagem ocorreram durante o período de aulas remotas. Cerca de 400 mil estudantes da redepública terão aulas pelo ensino remoto.
Vacina para docentes
De acordo com o secretário, a estimativa é que o retorno das aulas presenciais ou em formato híbrido leve pelo menos três meses. Ele afirma que os ambientes escolares já estão preparados para o retorno seguro dos alunos e professores – ainda que não tenha apresentado dados sobre mortes e infecções de docentes.
“No ano passado, fomos a primeira rede pública do país a retornar com as atividades presenciais, em agosto. Chegamos à conclusão, naquele momento, que não houve transmissão ativa dentro do ambiente escolar, mas eu não tenho dados específicos sobre professores infectados ou que vieram a óbito. A certeza que a gente tem é que, com os cuidados que foram adotados, o ambiente escolar se tornou um ambiente seguro”, disse.
Barbosa ainda afirma que, dentro do plano de aceleração da vacinação no Amazonas, que deve contemplar todas as pessoas acima de 50 anos, a maioria dos professores da rede pública será vacinada. “É uma notícia positiva para nós, porque cerca de 55% dos nossos professores têm mais de 50 anos. A partir da semana que vem, a gente inicia o processo de imunização de mais da metade do nosso corpo doente”, disse.
O secretário se refere à promessa feito pelo ministro da saúde, Eduardo Pazuello, que disse que a vacinação de pessoas acima de 50 anos será antecipada em Manaus.