A seca histórica do Rio Solimões revela as ruínas do Forte São Francisco Xavier em Tabatinga, Amazonas. O Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) identificou a localização em uma visita em 25 de outubro, registrando um acervo inédito e incluindo o local no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos do Brasil.
O Forte foi construído em 1766 pela Coroa Portuguesa, marcando a fronteira brasileira na região Norte, na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Esse achado oferece insights sobre a ocupação e a estrutura das edificações na área.
História da ocupação na região remonta ao século 16, com a expedição de Francisco Orellana, que percorreu a região dos rios Maranon, Solimões e Amazonas. O Forte era um posto militar destinado a coibir o contrabando de mercadorias, servindo também como demarcação da fronteira noroeste do Brasil.
É importante notar que essas construções não eram projetadas para fins de guerra, mas sim para consolidar o território e fronteira. A estrutura original era de madeira, posteriormente substituída por alvenaria.
Devido às mudanças de curso do Rio Solimões ao longo dos anos, o local ficou parcialmente submerso, um fenômeno conhecido como “terras caídas”. O Iphan encontrou materiais arqueológicos valiosos devido a essa situação.
O Forte São Francisco Xavier abrigava nove peças de artilharia, das quais cinco sobreviveram, duas em exposição no Museu Histórico Nacional do Rio de Janeiro e três no Quartel do Comando de Fronteira do Solimões do Exército Brasileiro. O forte existiu até 1889, quando foi desocupado, sendo reconstruído em 1910, mas destruído pelas enchentes em 1932. Desde então, o local abriga o Comando de Fronteira Solimões/8º Batalhão de Infantaria de Selva, hoje subordinado à 16ª Brigada de Infantaria de Selva em Tefé, conhecido como Batalhão Forte São Francisco.